Resenha de O Sombra # 5, de James Robinson (Roteiros) e Javier Pulido (Desenhos).
NO Spoilers!

Após derrotar um poderoso deus lagarto, o Sombra encontra o responsável pelos recentes ataques a sua pessoa: seu bisneto, que hoje é um idoso doente e a beira da morte. Enquanto colocam seus assuntos de família em dia, mais eventos importantes do passado dele são revelados.
Essa edição é uma taça do mais puro vinho, ou da bebida mais refrescante que puder imaginar. Tudo no roteiro funciona, da primeira até a última página. É como aquele jogo de ligar os pontos, elevado a um nível muito mais alto; pouco a pouco, as peças vão se encaixando e fazendo sentido, ainda que alguns dos mistérios principais ainda não nos sejam entregues: quem é o Sombra de fato? Como ele adquiriu os seus poderes?
Mais uma vez vemos o Sombra atuando lado a lado de outros meta humanos, muito antes do surgimento da nova Era Heroica da DC… embora esses personagens vivam incógnitos e com a reputação de meras lendas urbanas. Mas é fato que o atual universo DC tem personagens muito mais antigos que o Superman, a quem agora se atribui ser o primeiro Super Humano do planeta. Etrigan e o vampiro Andrew Bennet já caminhavam pela Terra muitíssimo antes disso, e foi legal ver o Sombra fazendo referência a Andrew.
Mas pelo menos um segredo que há muito o Sombra escondia foi enfim desvendado: Como ele se tornou imortal! E sim, ter ganho os poderes e ser imortal são duas coisa diferentes, conforme nos é mostrado na história… e a solução criada por James Robinson foi surpreendente. Confesso que algo similar havia me ocorrido enquanto cogitava algumas possibilidades, mas logo abandonei a ideia. E é por isso que surpreende. A resposta dá uma volta de 360º, indo do “Até que faz sentido” até o “Ah não tem como ser isso”. Mas Robinson cria uma bifurcação nesse trajeto, colocando a resposta no centro desse pensamento, onde ela ganha o status de “Me convenceu de uma forma simples e criativa”.
Os desenhos de Javier Pulido, a primeira vista podem desagradar a maioria dos fãs de Jim Lee e seus seguidores clonados dos anos 90, mas seu estilo rústico e aparentemente simples (na verdade de simples não tem nada) é envolvente e cria uma conexão entre o leitor e a trama, principalmente nas cenas de flashback, onde o período específico e o lugar onde se passa a história têm tudo a ver com o traço e as raízes desse artista.
O grande problema desse título é ser uma série limitada em doze edições. O texto de James Robinson está afiado como nunca, sua caracterização do Sombra é perfeita, e a trama instigante e com muita profundidade. Eu já gostava do Sombra antes, de suas aparições no título do Starman, mas agora ele entrou de vez no hall dos meus personagens favoritos.
Para resenha anterior do Sombra, clique AQUI!
Gostei da arte, Javier tem um traço legal.
A capa de Tony Harris ficou demais!
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São estilos diferentes mas me encantam do mesmo jeito…
Abs!
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Não tenho essa esperança da Panini lançar esse material por aqui, pena para mim, pois assim seria muito mais feliz… he he he, ótima resenha, parabéns!
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Pior que eu vejo a Panini lançando coisas muito inferiores… O Sombra poderia sair dentro do mix da vindoura revista Dark da DC… mas é só “achismo” meu… rsrs
Obrigado amigo, abraços!
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Tô adorando essa série, a narrativa que Robinson da ao Sombra é perfeita. Gostei muito da La Sangre e espero que ela apareça daqui pra frente no Universo DC, Montpellier que aparece na edição #6 também é interessante. Infelizmente a revista está vendendo pouco e não é valorizada pelo público americano que prefere coisa massa véio como Avengers vs X-Men. Enquanto a arte de Javier Pulido casou muito bem com este arco que acontece em Barcelona , por ele ser espanhol e sua arte combina com o ambiente.
Um abraço!
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Exatamente, Anderson, as suas informações estão todas corretíssimas. E de fato, existe um público muito maior consumindo HQs “massaveio”, mas é importante as editoras saberem que isso não mantém o mercado… uma hora cansa, enquanto que boas histórias duram pra sempre!
Abraços!
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Cara, esta série esta muito boa mesmo, espero que a Panini lance por aqui em um encadernado com preço bem convidativo e não em algum mix, se for pra sair em algum mix que seja no Dark. O Javier Pulido é um baita desenhista e aqui esta muito bom como sempre, vale a pena dar um procurada nas arets do cara. Vendo estes caras desenhando eu fico pensando por que eu não tenho este dom também heheh
E Victor, a Dc não esta só com 4 ou 5 desenhistas ruins no momento, só o Liefeld já vale por uns 10 hehehe
Abs
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Também estou cobiçando um encadernado do Sombra… hehehe… Panini, fica a dica!
Abs!
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Essa série é ótima mesmo, mas como toda unanimidade é burra, em muitos lugares na Web existem leitores que não curtem, ta certo. Além do James Robinson nessa série estar essa coca-cola toda no título, esse desenhista, o Javier Pulido é perfeito para a série porque não dizer (pesar dele não ter um traço massa véio), ao fim dessa passagem, poderia ser absorvido para algum outro título DC, pois tem uns 4 ou 5 desenhistas horrorosos na editora… 🙂
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Infelizmente a qualidade de uma revista nem sempre corresponde as suas vendas… mas isso é questão de gosto e/ou preguiça de pensar. Enfim, eu fico feliz do Robinson persistir nesse ramo e se esforçar pra criar coisas cada vez mais inteligentes. Eu acho que o Sombra em especial cobra isso dele…. rs
Abs!
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