Resenha das edições # 6 e # 7 da série do Sombra, por James Robinson (roteiro) e Javier Pulido (desenhos).
NO Spoilers
Após o dramático reencontro do Sombra com seu bisneto – hoje um homem idoso à beira da morte – vários fatos importantes da vida dele vem à tona. Desesperado, o idoso pede que o Sombra lhe entregue uma amostra do seu sangue, que pode ser a chave para a imortalidade e eterna juventude, o que salvaria sua vida. O problema é que há anos não corre mais sangue nas veias dele, tendo sido substituído pela matéria sombria que lhe concede poderes. No entanto, nem sempre foi assim, e existe uma amostra antiga de seu sangue, guardada em Barcelona pela vampira La Sangre, com quem o Sombra compartilha um vínculo extremamente íntimo. Sentindo-se culpado pela negligência que sempre despendeu em relação aos seus familiares, ele viaja para a Espanha, onde procura a vampira, mas ela está envolvida em caso pessoal contra um perigoso inimigo, o Inquisidor, um terrorista que ameaça centenas de vidas. O Sombra se une a ela contra o vilão, e eles contam também com a ajuda de outro herói europeu: Montpellier, que além de meta-humano possui grandes habilidades detetivescas.
Por que uma resenha dupla? Bem essa história da busca pelo sangue do Sombra se iniciou na edição anterior, e se estende até a edição 7, onde um novo ciclo se inicia. As três edições passadas na Europa têm arte do competente Javier Pulido, que é a cara de Barcelona. Mais uma vez, James Robinson trabalha com maestria ao levantar novamente o tapete onde o Sombra esconde a poeira do seu passado, e faz ligação com tudo o que ocorre na época atual. Os personagens secundários roubam a cena, tanto La Sangre quanto Montpellier são interessantíssimos e ficamos querendo saber mais sobre suas origens e poderes, conforme Robinson vai colocando as cartas com seu jogo de mistérios. Mais um pedacinho da origem de Richard Swift, o Sombra, é revelada – pelas beiradas, pra variar – mas começa a abrir algumas possibilidades na imaginação dos leitores. Ele se lembra com carinho de sua esposa e de sua vida antes de receber os poderes. Juntando isso com as peças mostradas até agora, já é possível montar um painel mais amplo e quase formar uma linha reta ligando os pontos rumo as respostas sobre quem é o Sombra. Quase.
O próximo número já não terá a arte de Javier Pulido, mas é inegável que sua rápida passagem já foi suficiente para deixar sua marca.
O Sombra não é exatamente adepto de finais felizes, mas depois de tantos séculos caminhando pela Terra, parece que o sujeito está tentando se endireitar… pelo menos até onde chegue o limite do seu tédio. Diferente de outros personagens imortais como Vandal Savage e Ras Al Ghul, por exemplo, que são insanos ou simplesmente malignos, temos na figura do Sombra uma criatura amoral, independente e fiel a seus próprios desejos. Um dos personagens ficcionais mais humanos que já vi, cuja personalidade foi (e continua sendo) lapidada por James Robinson com a perícia de um renomado joalheiro. Estamos descobrindo surpresos que debaixo da postura arrogante, sarcástica e egoísta, ele é um homem que fez muitos sacrifícios em favor de outras pessoas… e cometeu erros terríveis com outras tantas.
Espera… eu disse que os personagens secundários roubam a cena? Ah, sim, é verdade… mas só em parte. Afinal, estamos falando do Sombra, e pode ser dito que ele toma as cenas roubadas de volta. O número # 7 é onde ele possivelmente manifesta seu poder em sua totalidade máxima, algo raro de se ver. Vilões imortais, pactos com o demônio e novos mistérios são deixados para a próxima edição. Isso, e também a enorme satisfação de termos lido uma ótima história, sabendo que a seguir ainda existe muita coisa boa pra ser contada, além do fim do grande mistério. (Será)?
Onde o Sombra vai chegar com isso? O Céu é o limite… e o inferno mora ao lado.
RESENHAS ANTERIORES:
Não vou me repetir aqui falando que merece ser lançada aqui..opa, saiu de novo. Bom heheh a história continua muito boa e o Sombra esta se mostrando cada vez mais um personagem massa, já achava legal ele em Starman ( que devia continar:p hehe)
Baita texto meu.
Abs
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Adorei seu texto, Tiago, entendi, todos entendemos… e concordamos, e ainda digo mais: a série do Sombra merece ser lançada por aqui! rs
Abraços!
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Realmente é uma pena que o Sombra não tenha uma mensal, as historia da mini estão melhor que muitas das mensais da DC. E as capas são boas demais.
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Assino embaixo, apesar de que também existem poucas porém ÓTIMAS coisas sendo publicadas! na DC.
Abraços!
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Bela resenha,eu adoraria que tivesse uma mensal do Sombra, gosto das histórias que ele aparece, inclusive a Ascensão de Eclipso no último arco da Liga da Justiça pré-flashpoint. Tomara que La Sangre e Montpellier não sejam esquecidos depois da série, pois são ótimos personagens. As capas da série são lindíssimas, principalmente a edição #6 que até agora é minha preferida. Um abração.
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Obrigado, amigo… também gostei da participação do Sombra nessa história da Liga, escrita também por James Robinson, e acho que a permanência de La Sangre e Montpellier de forma regular vai ser algo meio improvável de acontecer, infelizmente… Quanto as capas, são mesmo um show à parte.
Abraços!
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