Resenha de “Monstro do Pântano” # 12 de Scott Snyder e Jeff Lemire (roteiro), Marco Rudy (desenhos) e Dan Green e Andy Owens (arte-final).
Swamp Thing criado por Len Wein e Bernie Wrightson.
Contém spoilers revelações sobre a história.
Por Rodrigo Garrit
Toda guerra é definida por pontos de vista. Quem é o mal e quem é o bem… quem são os heróis e os vilões? Cada soldado acredita estar fazendo o que é certo do seu lado do front. E toda guerra, sem exceção, é insensata e representa um conceito retrógrado de civilidade, uma vez que é preciso impor à força sua vontade sobre outrem. Mas a verdade é que numa guerra, todos os soldados matam e morrem… e no fim, não importa quem vença, já se acumularam tantas camadas de dor que isso nem importa mais…
Apenas os estrategistas que manipularam a chacina pelos bastidores se beneficiam, convencendo a si mesmos que fizeram o que tinham que fazer em prol de um bem maior. Mas um bem maior para quem?
A natureza está além desses conceitos de bem e mal. O sangue deve alimentar a planta carnívora que apodrecerá. E o Paraíso… pertence a quem mesmo?
Verde, Vermelho e Podre estão nessa guerra milenar pelo controle da vida, cada um acreditando fazer o que é o melhor para o bem geral. Embora a Podridão tenha ganas de tomar o controle sozinha, ela foi apenas a primeira a tomar coragem e dar o primeiro passo… pois o Verde acredita que o planeta deveria estar coberto de folhas, seiva e madeira até a sua superfície orgulhosa, mantendo abaixo de si algumas criaturas de carne insignificantes cumprindo seu asqueroso porém necessário papel na existência, e ainda mais abaixo delas, nas sombras mais remotas, suas carcaças apodrecidas alimentando o solo, que fortifica as raízes, oculto e desagradável como um sistema digestivo sobre o qual não exista nada para se admirar.
É claro que o Vermelho pensa diferente, convencido de que a Terra deveria estar sendo erguida por criaturas de carne com sangue pulsando em suas veias, utilizando a madeira apenas como outro recurso natural a ser explorado e usado como ferramenta para atingir seus objetivos. Da mesma forma, o Vermelho estaria ciente da existência da Podridão, mas preferiria ignorá-la como quem esmaga um verme sob seus pés.
Mas a Podridão…. ela não apenas deseja, ela luta por sua soberania. Um planeta revestido de carcaças apodrecidas ao sol, onde as moscas encontram o ambiente perfeito para despejar suas larvas magníficas e proliferar até enegrecer os céus com suas legiões infecciosas. Um planeta onde da madeira podre, os fungos possam brotar em todo o seu esplendor e exalar sua toxinas mortíferas, propagando seu beijo de morte. Onde a vida exista sim… breve e preciosa, logo se tornando a matéria santificada que recobre desde o solo até o fundo dos oceanos… carne destacada da pele, ossos e vísceras majestosas, onde os vermes e os abutres encontram acolhida e alimento. Onde a fútil cultura do Parlamento da Carne e o senil conhecimento do Parlamento das Árvores seja substituída pela incontrolável tinta vermelha e enegrecida do sangue que jorra dos tumores dos cadáveres espetados nos troncos mortos das florestas calcinadas… para regozijo do Parlamento da Decomposição….
Para que haja harmonia, (da forma que a conhecemos) é preciso que a Podridão, o Verde e o Vermelho sejam derrotados. É preciso que exista equilíbrio entre eles.
E o Paraíso… pertence a quem mesmo? O sangue deve alimentar a planta carnívora que apodrecerá. A natureza está além desses conceitos de bem e mal.

Continuando a história que começou a ser contada em Homem Animal # 12, o Monstro do Pântano e o Homem com Poderes Animais vão de encontro ao centro da Podridão, descendo por uma escada de ossos até o ventre do paraíso… ou inferno? Sob outro ponto de vista, (humano, inclusive) o Vermelho ou o Verde não poderiam ser uma versão do reino inferior? De que lado da fogueira estamos olhando?
Os avatares seguem em sua jornada, atacando a Podridão em seu local de poder, no momento em que eles julgam que ela estava enfraquecida. Mas as coisas não são o que parecem, e Anton Arcane não pretende facilitar a vida dos avatares do Verde e do Vermelho. Dentro da Podridão, o tempo corre de forma diferente… há quanto tempo eles já estão lá? E o que são esses sinais estranhos do mundo exterior que eles estão recebendo? Alec Holland e Buddy Baker estão mesmo dentro do Podre… ou o local que eles se encontram nada mais é do que a própria Terra…. devastada em um futuro próximo?

A arte é de Steve Pugh com Yanick Paquette.
As próximas edições de Homem Animal e Monstro do Pântano serão as de número zero, onde será feita uma pequena pausa na trama para contar mais sobre o passado dos personagens e sua origem pós reboot.
A saga Mundo Podre retorna nos números 13 dos dois títulos. Com as respostas que tanto esperamos… ou não?
Resenha anterior de Monstro do Pântano? A semente está AQUI!
EDITORIAL SANTUÁRIO:
Segunda – Homem de Ferro 3 *- A RESENHA! -*
Terça – Guardiões da Galáxia # 2
Quarta – O Questão?
Quinta – Vida longa e próspera! Curiosidades sobre Star Trek!
Sexta – Monstro do Pântano # 12
Sábado – Umas Tiras da Pesada!
Domingo – Miracleman / Marvelman de Alan Moore: Livro III.
Monstro do Pântano é animal! Um vegetal “animal”!
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E ouso dizer que também é mineral… !! 😉
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Linda resenha, Garrit, sacerdote e mago “sensação” teen da Nova Era. Sabe meu caro, na época fiquei em um nervoso por causa desse “mês zero” da editora… Queria ver logo o desfecho dessa saga, de uma das revistas mais charmosas da DC e tive que esperar sessenta dias para isso…
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É verdade, vai rolar um suspense para aqueles que aguentam esperar (eu juro que tento)!!
Abraço!!
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Esta resenha foi excelente.Mistura de um poema de guerra em visões incompreensíveis à compreensão humana.Haja tamanha inspiração no coração,na alma e na mente para florescer tamanha sinfonia poética…parabéns meu amigo Garrit.
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Maurício, só posso te agradecer, fico muito lisonjeado ainda mais vindo de você que é um aventureiro das palavras e já nos brindou com seus textos aqui mesmo no Santuário! Abração!
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Loko demais!!!
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É tão louco que chega a fazer sentido! 😉
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òtima matéria amigo, mas eles devem uma hora perceber que um necessita do outro para a própria sobrevivencia, um completa o outro e assim deve ser…
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Exatamente Wagner, o equilíbrio é a resposta, mas cada um acredita que pode sobrepujar os outros… até a ficha cair, vai ser guerra!
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Este título está cada vez melhor, estou esperando um confronto final fantástico! Scott Snyder manda muito bem no roteiro!
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Concordo, foi uma grata surpresa poder curtir de novo o Monstro do Pântano depois do legado insuperável deixado por Alan Moore…! Abs!
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Pode esperar um desfecho bom…e o Homem Animal e o Monstro do pantano vão sofrer por isso.
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O problema é o preço que vão ter que pagar… mas enfim, faz parte do profissão herói…
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É….trocamdo em miúdos ou em cores, tá tudo certo e errado também!!!! O Rodrigo tem a capacidade de interpretar e persuadir a gente com o supra sumo do que ele lê.
Pelo que parece esses 2 heróis estão fadados a sempre se esbarrarem (já que tem o mesmo arquinimigo.em comum) e viverão como uma dupla sertaneja sô que sem desafinar.
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Usando a frase do Renato Russo que nosso amigo Venerável Victor Vaughan tanto gosta: TUDO ESTÁ PERDIDO MAS EXISTEM POSSIBILIDADES!!!
Abs!
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Boa resenha Garrit. Estou ansiando pelo confronto final, e espero que a DC faça um lindo OHC compilando o essencial dos dois títulos nesta fase final!
😉
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O final sempre cria muita expectativa… tomara que não decepcione! Também espero que esse material seja publicado da forma que merece! Abs!
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Apesar de não acompanhar exatamente esse título, entrei para ler essa resenha no intuito de me divertir e viajar em um bom texto e quer saber??? Consegui! Nunca tive dúvidas sobre isso.
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Legal Pablo, esse é o plano! De qualquer forma, não deixe de dar uma olhadinha nessa revista que tem muito a ver com o Homem Animal que eu sei que você gosta! Abs!
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