por Venerável Victor “tratador de macacos divinos” Vaughan
A revista da Mulher Maravilha é uma das mais interessantes da DC comics há mais de dois anos, com uma consistência e qualidade capitaneadas por Azzarello e Chiang que dificilmente se vê por aí.
Mulher Maravilha – criada por William Moulton Marston
Resenha postada originalmente no site irmão: O Baile dos Enxutos
Essa edição captura perfeitamente o clima mágico de uma “season finale” costumeiramente vista nas TVs. Azzarello fez a mesma coisa na edição #12 quando fechava o seu primeiro arco de histórias. Muitos leitores gostariam que o roteirista fizesse com que a batalha contra o Primogênito fosse “crescendo”, especialmente após a trágica morte na edição, mas nisso o escritor não desapontou os fãs. Exatamente como na antiga edição #12 os braceletes prateados são tirados e Cliff Chiang nos brinda com um belo duelo entre titãs. Diana canaliza a “Força Odin?” ou seria a: Força Zeus? Orion mostra que é bom de “Luta Livre” e Ares prova porque merece o título de “deus da guerra”.
Todo esse capítulo é tudo aquilo que se esperava de um final de arco de histórias de uma heroína ligada à mitologia grega, entretanto apesar de todos os socos e sangue derramado, essa edição fala basicamente do relacionamento entre Diana e seu meio irmão e mentor, Guerra…Ou Ares.
Desde aquela bela e emocionante edição #0 que focava no passado de Diana, o enredo que apresentava para o leitor o fim do relacionamento entre Diana e Ares vinha sendo muito subaproveitado, sempre eclipsado pelas “idas e vindas” de Novos Deuses e velhos deuses no título.
Nesse último ano, Ares passou de um vilão sanguinário e bidimensional para uma figura paterna incompreendida. Um homem velho e desconfortável com seu passado, buscando corrigir seus erros e fazer a coisa certa. O personagem continuou crescendo na série e essa edição o conceito de deus da guerra foi mais valorizado. Assim como a introdução do mito dos Novos Deuses na revista, Azzarello não faz por menos e continua surpreendendo seus fãs e os que não simpatizam com seu trabalho.
Algumas pessoas podem ficar muito tempo analisando simplesmente as últimas cinco páginas dessa edição. O final é brilhante e sucinto, na sua habilidade de exaltar cada pequeno momento de tensão e emoção e na capacidade de traçar um novo rumo para futuras e grandes histórias. Essas são as aventuras da Mulher Maravilha que estávamos há muito tempo esperando, que sempre quisemos, mas não sabíamos disso…
Entre todos esses grandes momentos temos um Azzarello proporcionando diálogos sarcásticos do Primogênito que se opõe a introspecção e fúria de Diana, à coragem de Zola e à frieza e sabedoria de Ares. Cada personagem tem sua voz na edição, superando estereótipos e expectativas.
O nível de qualidade artística é impressionante. Da capa, que talvez seja a melhor de todas até agora, Cliff Chiang mostra por que é tão elogiado. Seus quadros mais uma vez são um deleite aos olhos. Ele não desenha uma simples batalha, ele apresenta painéis bombásticos. O artista sabe capturar o peso de cada golpe desferido com perfeição, cada arremesso, cada explosão… O mais impressionante no entanto é a sua transição de tom dentro da revista. No clímax da revista, tudo é vibrante, seu traço é pesado e energético, no final? Um completo silêncio na sua narrativa visual, cores frias, um excelente anacronismo. O cara certo para trazer à vida o mito dos deuses gregos para o nosso mundo atual.
É fácil sair falando mal dos Novos 52 da DC Comics e acreditar que nada presta. Mas fazer isso é ser injusto com muitos trabalhos que são comercializados todos os meses pela editora. A revista de Azzarello prova que a Mulher Maravilha é ainda relevante para os nossos dias e tão interessante e divertida quanto as suas contrapartes masculinas na editora. Que venham mais doze edições maravilhosas daqui para frente!
Não li a resenha porque estou atrasada com este título… mea culpa….
preciso correr e ler os atrasados…
e são muitossssssss
bjks
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Um tempo atrás nos indagávamos com medo de que a MM perdesse espaço em seu título devido a tantos aparecimentos. E o Azarello tomou cuidado e colocou tudo no lugar certo. Um dos 5 quevalem a pena hoje na DC.
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Ótima resenha Victor! Gosto do Cliff Chiang, é uma capa mais bonita que a outra!
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Não tem nada nessa revista que eu não curta. Será que teremos mais um ano de Brian Azzarello, produção? Tomara!
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Adoro essa revista, Azzarello ruleia! Não é revista pra menininha, é algo com terror, aventura, mitologia, conflito e muita ficção científica, porque não? Fiquei em choque nesse final, amei
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Admito que essa HQ me deixou meio divido, mas depois de ter relido eu entendi onde o Azzarello quis chegar. Espero que as próximas edições continuem surpreendentes
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Republicou isso em Blog do Rogerinho.
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EDITORIAL SANTUÁRIO:

Terça- Aquaman #23
Quarta- Mulher Maravilha #23
Quinta- Os 11 mais amados super grupos
Sexta- Agora imagine Neil Gaiman recriando o Universo Marvel em 1602!
Sábado- Umas tiras da pesada
Domingo- O Estranho Beijo de Warren Ellis: “I am Providence”
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