por Venerável Victor “tratador de macacos pré-colombianos” Vaughan
Esse grande encontro se deu em alguma convenção, provavelmente em 1986, quando Alan Moore estava no início de seu maravilhoso trabalho com Whatchmen.

Jacob Kurtzberg, nascido em 1917, ou como o mundo viria a conhecer: Jack Kirby iria morrer oito anos depois que essa foto foi tirada.
Nessa época, Moore era o principal cavaleiro a liderar a “Invasão britânica” – movimento que apresentava dezenas de novos e talentosos roteiristas ingleses que revolucionariam a forma como se pensaria em comics – nos quadrinhos norte americanos durante a década de oitenta.
Década essa que para o bem ou para o mal, arte e roteiros seguiram por um caminho mais violento e adulto.
Os heróis ganharam muito mais semelhança com a humanidade que conhecemos e suas fraquezas de caráter.
Como toda revolução, essa não se deu de forma menos intensa: histórias extremamente obscuras, violência desenfreada e alusão ao sexo e perversões o todo tempo.
Mas goste você ou não do bruxo barbudo, não há dúvidas de que Moore impulsionou à indústria rumo a uma nova era de criatividade.
Da mesma forma que Moore e sua caneta transformaram os quadrinhos mais recentemente, Jack Kirby os “reinventara” há muitas décadas atrás.
Trabalhando com o tão conhecido e polêmico Stan Lee, foram os traços desse genial mestre que criaram o Quarteto Fantástico, Os X-men, Hulk, Capitão América, Thor, Homem de Ferro e centenas de outros super grupos e heróis tanto para a Marvel quanto para a DC Comics – sem contar editoras anteriores e posteriores a elas.
Em meados da década de setenta, Kirby recebeu quase poder e liberdade criativa ilimitada no Universo DC – apesar do preço que isso custaria: sua alma.
Dessa “liberdade” resultou a criação de Darkseid – um dos vilões favoritos da editora e de diversos fãs de quadrinhos.
Mas também com bastante influência da cultura hippie e do seu conhecimento e amor por diversas civilizações – entre elas os Astecas – nasceram os “Novos deuses”. Saibam que quadrinhos, quase que como uma regra, sempre correm atrás da contra cultura dominante de seu tempo e foi nas páginas de sua obra prima: O Quarto Mundo, que Kirby desenvolveu uma linha psicodélica, misturando diversos elementos lisérgicos e escrevendo com a urgência de jovem que vai ter seu primeiro encontro.
Kirby simplesmente abriu a porta que Moore muito depois iria chutar
Dois grandes homens, que personificam duas gerações que revolucionaram a forma como se produz quadrinhos de super heróis. Isso é arte muito além da zona de conforto atual da indústria e totalmente legítima.
Fiquem com o studio de trabalho de Kirby, um exemplo de sua humildade. Feliz aniversário, Santuário!
Agora você me deixou pensando como seriam as histórias dos Novos Deuses se Alan Moore e Jack Kirby se juntassem para produzi-las… mas talvez seja melhor, a humanidade ainda não está preparada pra tanto…………..! 😉
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Não sabia sobre esse encontro histórico, muito bom!
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