Uma resenha SEM SPOILERS de uma história sobre homens, deuses e heróis.
Por Henry Garrit
“Mas preciso sobreviver… para que o universo também sobreviva”.
Scott Free, o Senhor Milagre
A Guerra de Darkseid continua neste segundo prólogo, onde Geoff Johns aborda uma nova e importante personagem que será de extrema importância no desenrolar da trama daqui por diante.
Clique para a ler também a resenha da primeira história.
Quando o Universo DC foi reestruturado no evento “Novos 52” muito se especulou sobre a personagem Pandora, que parecia servir como uma espécie de “ponte” entre as continuidades…. para aumentar o mistério sobre ela, a personagem fez aparições sutis em TODAS as primeiras edições dos Novos 52, e houve muitas teorias sobre ela, inclusive o fato de que a mesma seria filha de Darkseid. Teoria essa que se mostrou totalmente equivocada, assim como a própria personagem em si, que sozinha ou atuando ao lado do Questão e do Vingador Fantasma (formando a assim chamada “Trindade do Pecado”), resultou apenas em histórias muito ruins que mal valeram a tinta onde forma impressas. Um desperdício com o Vingador e o Questão, esses sim, personagens muito importantes e que mereciam (merecem!) tratamento melhor por parte da editora.
Mas eu disse tudo isso apenas para dizer que em parte, a velha teoria não estava errada. Existe uma filha mestiça de Darkseid com sangue de amazona, Cálice, e ao que parece, tudo irá se tratar dela agora.

A guerra de Darkseid cumpre a promessa de nos trazer um clima empolgante, no melhor estilo das famosas “Crises” da DC, quase que reinvocando seus elementos, numa tentativa de explicar suas razões e ao mesmo tempo provocar seus destrutivos eventos, forçando os heróis a agir.
Não é a primeira vez que Jonhs se vale de elementos antigos para reciclar novas histórias… Alan Moore e a saga “A Noite Mais Densa” que o digam… mas desde que essa reciclagem traga também algo novo e seja conduzida de forma competente, não vejo problemas.
O uso dos Novos Deuses de Jack Kirby nessa alquimia torna o sabor muito mais especial, pois depois de muitas tentativas rasas, vemos alguns desses personagens sendo muito bem aproveitados, reinserindo-se no panteão da DC de onde estiveram por tanto tempo injustamente afastados, apesar de sua participação no título Terra 2 estar sendo bem executada na maioria das vezes.

Mesmo tendo proporções épicas, essa ainda é uma história da Liga da Justiça, bem acima da média do que tem sido publicado recentemente, é verdade, apesar das sagas de Johns com a equipe não serem desprezíveis, afinal um dos pontos altos do autor é justamente trabalhar equipes, remodelando, rejuvenescendo e reajustando quando necessário. E ele quase sempre acerta, criando momentos de tensão ao valorizar os vilões, fazendo deles verdadeiras ameaças e caprichando nos diálogos e frases (e cenas) de efeito. Muitos efeitos, por sinal. Muita luz, fumaça e espelhos, um espetáculo aprazível aos olhos, envolvendo um roteiro que ainda que mediano, agrada pelo conjunto da obra, resultando em boas histórias. Johns conhece muito bem os personagens e caracteriza quase todos com maestria. E é bom vê-los interagindo, as afinidades surgindo e os mistérios de cada um vindo à tona.
Jason Fabok que ilustra a narrativa está em ótima forma, desenhando amazonas quase à nível George Pérez, o que é provavelmente o maior elogio que já fiz a um desenhista.

Venho curtindo bastante essa fase específica do título, mas convenhamos; eles colocaram a Liga da Justiça e os Novos Deuses no fogo cruzado entre Darkseid e o Antimonitor, promovendo uma guerra entre o deus da escuridão contra o antideus!
Será que tem como dar errado?
Que Jack Kirby abençoe de onde ele estiver…

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Um comentário sobre “A GUERRA DE DARKSEID: Prólogo dois – A Outra Amazona”