“Há muito, muito tempo atrás, alguém sonhou. E por alguma razão desconhecida, estabeleceu-se que deveria existir um Senhor dos Sonhos. Assim nasceu Morfeus.
Há muito tempo atrás, alguém morreu. E por alguma razão desconhecida, estabeleceu-se que deveria existir uma Senhora do Sono Final. Assim nasceu a irmã de mais nova de Morfeus. Assim nasceu a Morte”.
Por Rodrigo Henry Garrit
Numa época anterior ao primeiro capítulo da saga de Sandman, a morte de um sonho, ou de um aspecto do sonho chama a atenção de todos os seus pares, que até então tinham ciência da sua existência mas nunca haviam se encontrado.
O tempo é fluído nos sonhos, e muitas vezes simultâneo ou até mesmo fragmentado.
Daniel é a encarnação do Sonho, tendo assumido seu posto após a morte de Morfeus. Mas Daniel se tornou o Sonho de modo que ele sempre fora seu representante.
O tempo é fluído nos sonhos, e muitas vezes simultâneo ou até mesmo fragmentado.
Neil Gaiman está de volta ao título mais marcante da Vertigo, contando mais uma história do Mestre Moldador. Muito embora o título da versão brasileira tenha sido adaptado para “Sandman: prelúdio” (o que não é uma inverdade), a história é atemporal e ligada a diversos pontos deixados no passado e no futuro do personagem, além de estabelecer uma nova rota, um novo mistério a ser solucionado, algo que aconteceu antes… cuja repercussão se estende aos dias que estão por vir.
O costura da continuidade é feita com exímia precisão. Gaiman nos faz recordar de fatos e personagens usados na trajetória do título do Sandman, trazendo-os de volta e dando-lhes nova relevância. Um verdadeiro presente para os fãs que acompanharam toda a saga. Por isso mesmo não perde tempo com explicações, o que pode deixar leitores de primeira viagem um tanto quanto confusos. Mas sinceramente, se alguém chegou a essa leitura, precisa conhecer o trabalho pregresso de Gaiman com o Senhor dos Sonhos.
A arte é tudo o que precisa ser e mais. A versatilidade de J.H. Williams III faz dele a pessoa perfeita para ilustrar a narrativa, alternando seu estilo na mesma página, (às vezes no mesmo quadro) para se adequar ao devaneio literário do texto de Gaiman.
Como não poderia deixar de ser, tudo é muito lúdico, mágico… e ao mesmo tempo centrado, crível dentro do contexto proposto, uma das marcas do autor, e que ao meu ver, é uma das chaves do seu sucesso. Alan Moore diz (no documentário “The mindscape of Alan Moore”) que “É importante que uma história soe real a nível humano, mesmo que ela nunca tenha acontecido”. E Gaiman segue isso a risca, nos fazendo sonhar juntos e embarcar nessa fantasia, onde adultos podem se dar ao luxo de adentrar o reino das coisas irreais…
O primeiro volume lançado pela Panini tem capa dura, impresso em papel de qualidade e traz as duas primeiras edições da minissérie “Sandman Overture”, além do processo de colorização utilizado por Dave Stewart nos extras.
Para quem conhece o Reino do Sonhar, já era esperado um trabalho de alto nível, e os autores não deixaram nada a desejar.
Ótima leitura garantida seguida de bons sonhos!
Preciso urgentemente desse volume, minha coleção clama por ele! ❤ Amo Gaiman, Morpheus e todos os habitantes do mundo do Sonhar, são como amigos de longa data!
Pandora
O que tem na nossa estante
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Realmente o cara não perdeu a mão e essa edição ficou linda…
Parabéns pelo seu site, Pandora, gostei muito e recomendo! 😉
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Pode ser ótimo, pode ser lindo, perfeito e o escambau…mas a Panini tá abusando no preço sem dó nem piedade! R$21,90 por 56 páginas? Tenha dó….
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Ainda bem que existem scans…! 😉
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ALELUIA!!!
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